Pintor, desenhista, gravador, escultor, professor e arquiteto, nasceu em Marília, SP, em 1948. Um dos artistas mais procurados em São Paulo, onde mora, tem uma sólida carreira, com exposições na Pinacoteca do Estado, MAC e MASP e nas principais galerias.
Sua obra beira o abstracionismo e o realismo, o expressionismo e o fauvismo, com pinceladas rápidas e precisas. São raras as revendas de suas obras, mesmo as de sua fase figurativa realista, pois todas as suas fases são bem procuradas no mercado de arte.
“Antonio Hélio Cabral tem um raro e manifesto prazer em pintar. Ele diverte-se em alterar as cores do tubo de tinta, em destruir e reconstruir a imagem, e em embaralhar a visualidade convencional. Ele inventa a sua palheta e organiza uma escala de tons aparentemente sujos. Faz parte de sua diversão. É o solitário fazer de um alegre e discreto artista. Mas sua pintura tem súbitas iluminações, revelações cromáticas, e discute a idéia da forma e das suas possibilidades na arte contemporânea. Ele é dotado de uma luz própria e estes trabalhos, um pouco noturnos banhados pela luz fria e prateada da lua, são pictóricos até a medula. Cerne e vida de pintor. Artista vivencial, ele experimentou com sucesso a invenção de objetos a partir de restos urbanos, o desenho, a gravura, a escultura e a cerâmica. A sua pintura, também, quando olhada com atenção, nos revela a reconstrução da imagem a partir de detritos visuais. E o artista, com a paciência que o ofício requer, organiza as imagens e nos propõe o jogo de observá-las em um fundo pulsante de vida”.
Jacob Klintowitz
“Em Cabral, a figura surge e desaparece, brota e fana derivando na pulsão. Trópica, é na matéria que ela se configura e se desfigura; evitando o óbvio do figurado e o excluído do anti figurativo. Cabral destina a figura à matéria, seu fim e sua fonte. Rala na litografia, espessa no óleo, a matéria é imperecível pois sorve e expele a figura, a esta preexistindo: por isso, potência, mas também ato, a matéria é virtualidade, assim, em derivação etimológica, virtude; no laço, a própria figura se exalça, uma vez que faz conhecer a matéria no ressalto de sua eclosão e seu eclipse. Ostentação e ocultamento entrelaçam, assim, a matéria e a figura, sendo a noite de uma o dia da outra, entrecruzamento que explicita uma como apoio da outra, ou ainda, o conhecimento de uma como o obscurecimento da outra”.
Leon Kossovitch